Sem que o público fosse avisado, a atração mexicana fez show separada da dupla mineira; veja como foram as demais apresentações deste sábado, 27:
O trio mexicano de música pop Camila foi a grande atração internacional da quarta e última noite do Telefônica Sonidos 2011. O grupo subiu ao palco, no Jockey Club, para um show solo, que contou com a participação da cantora brasileira Wanessa, dona de uma versão parcialmente em português de “Abrázame”, hit dos mexicanos. Estava programado que eles fariam uma performance do lado da dupla Victor & Leo, a última atração a se apresentar, encerrando a edição de 2011 do festival. Porém, a dupla sertaneja fechou os trabalhos às 3h45 deste domingo, 28, sem chamar o Camila ao palco. A mudança de planos pareceu ocorrer por conta dos atrasos que, como uma bola de neve, foram atrapalhando os shows e fazendo com que os grupos enxugassem os sets inicialmente planejados. A produção do evento não soube dar uma razão específica para a mudança de última hora na estrutura do show.
Apesar de o encontro entre artistas brasileiros e latinos ser a marca do evento, a ausência dos mexicanos na apresentação de Victor & Leo não comprometeu o conceito geral nesta quarta noite, que manteve a palavra de ordem “misture-se”. A mescla de ritmos, o uso do portunhol como língua oficial de comunicação e a interpretação de sucessos que são famosos em um idioma sendo cantados em outro se fizeram bastante presentes.
Além dos já citados Victor & Leo e Camila, que levaram bastante gente ao Jockey (em especial mocinhas suspirantes), também fizeram parte da programação o espanhol Pitingo, ao lado da carioca/cubana Marina de la Riva, e Jota Quest, com a dupla convidada Illya Kuryaki & the Valderramas.
Nas noites anteriores, Julietas Venegas, ao lado de Marisa Monte, Chucho Valdés, com Hamilton de Holanda, e Omar Sosa, junto a Jaques Morelenbaum, foram algumas das atrações. Clique para saber como foram o primeiro, o segundo e terceiro dias do festival.
Pitingo e Marina de la Riva
Com um flamenco cheio de influências de outros ritmos hispânicos e um muito benvindo toque de soul, Pitingo fez um grande show de abertura da noite, no palco menor. Mesmo com algumas questões técnicas (ele fez diversas reclamações aos responsáveis pela mesa de som) e a dificuldade do público em acompanhar as complexas palmas inerentes ao ritmo (de forma que tanto o artista quanto a plateia logo perceberam que seria melhor deixar isso por conta do músico), o espanhol agradou bastante. Embora sua bela voz tenha sido apreciada nos cantos típicos de seu país, foram mesmo suas famosas versões para hits norte-americanos e britânicos que mais levantaram as pessoas. Destaque para seu time de backing vocals, composto por duas mulheres e um homem, que seguravam a bronca nos intervalos, tendo feito uma bela performance de “Let It Shine”. Em certo momento, Pitingo achou de bom tom parar e explicar para o público a mistura peculiar, que chama de souleria: mistura de soul com o ritmo de buleria, som típico da Espanha. Ele disse que, aos 14 anos, ouviu Aretha Franklin pela primeira vez e se apaixonou. A partir daí, passou a misturar a sonoridade de seu país com a norte-americana. A fusão mais famosa de sua carreira é a versão em espanhol e em inglês que fez de “Killing me Softly”, de Roberta Flack, que cantou ao lado de Marina de la Riva, sua convidada (a quem rasgou elogios e mais elogios). Aliás, a performance deles dessa faixa foi o momento mais animado do show. Porém, essa não oportunidade que o público teve de cantar junto. Já sozinho, Pitingo mostrou um “Let it Be”, dos Beatles, feito bem à sua moda e que animou. Das canções próprias, destacou-se “Ole & Amen”, cheia de emoção. Chamou atenção, também, o belo rebolado de Pitingo, que mostrou alguns passos em certos momentos.
Camila
A primeira vinda do trio mexicano ao Brasil era bastante aguardada pelos fãs, que ficariam, posteriormente, bastante frustrados com a já mencionada ausência do grupo no show de Victor & Leo. Porém, antes disso, na curta (de cerca de uma hora) e intensa apresentação da banda no palco principal do evento, deu para os “Camilamaníacos” matarem a vontade de ver, ao vivo, a banda que dominou as rádios ao lado de Wanessa, há alguns anos, com o hit “Abrázame/Me Abraça”. Os três integrantes - o vocalista Samuel Parra, o tecladista Mario Domm e o guitarrista Pablo Hurtado -, acompanhados por uma grande banda com direito a dois violinos e violoncelo, mostraram o poder do pop romântico latino. Se a casa não estava cheia ainda, parecia estar, tamanho o estardalhaço feito pelos adolescentes que compraram ingresso somente para vê-los. Um telão com imagens e mensagens fez parte da apresentação como um elemento extra de comunicação com o público que funcionou bem, de forma interessante. Logo no início do show, Wanessa subiu ao palco para apresentar a mencionada dobradinha. A aguardada parceria Brasil/México foi bem recebida e, a cantora, ovacionada. Integraram também o set list a faixa “Besame” e o hit “Coleccionista de Canciones”.
Jota Quest
Não tem como falar em pop nacional sem falar em Jota Quest. E em um momento em que o grupo mineiro completa 15 anos de carreira e investe na carreira na América Latina, tendo gravado um disco em espanhol, parecia a atração ideal para um festival com as intenções do Telefônica Sonidos. Contrariado por ter que cortar o set list para não estourar o tempo, o vocalista Rogério Flausino, contudo, agradeceu e elogiou muito o evento nos intervalos entre as músicas. A banda emendou um hit no outro – dentre eles “Encontrar Alguém”, uma versão parcialmente em espanhol de “Dias Melhores” (“Dias Mejores”), “É Preciso (A Próxima Parada)”, que abriu o show, e “Sempre Assim” – antes de chamar seus convidados ao palco. Apesar do nome indicar o contrário, os argentinos do Illya Kuryaki & The Valderramas são uma dupla, Dante Spinetta e Emmanuel Horvilleur. Eles, assim como o Jota, fazem um som pop, dançante, com pitadas de funk e hip-hop. A apresentação foi encerrada ao lado dos convidados, após execuções de músicas dos hermanos, como “A Mover el Culo” (que Flausino explicou que, nada mais é do que uma expressão para o bom e velho “mexer a bunda”) e “Jennifer Del Estero”, e do Jota Quest (“Na Moral”, metade em espanhol e metade em portugês, seguindo a tradição da noite).
Victor & Leo
Em uma noite do Sonidos repleta de atrações campeãs de vendas em seus segmentos, a dupla sertaneja Victor & Leo foi uma escolha interessante e que se encaixou bem, embora destoasse um pouco dos outros artistas e tenha ficado clara a presença de um público ali que era só deles. Tendo feito a única apresentação sem convidados especiais, os irmãos (também mineiros, assim como o Jota Quest, que os antecedeu) ficaram com as honras de, às 3h45, fechar os quatro dias de festival com o sucesso radiofônico “Borboletas” e fazer todo o discurso de agradecimento aos organizadores e patrocinadores. Antes disso, mostraram-se máquinas de fazer o público cantar. Sempre simpáticos e com jeito de bons moços, optaram, porém, por falar pouco, apenas introduzir uma ou outra música especial e aproveitar mais o tempo para enfileirar sucessos. Como recurso para nada ficar de fora, abusaram do medley, de forma que deram conta de mostrar uma boa parte da carreira, algo raro em show de festival. “Fada”, “Estrela Cadente” e “Água de Oceano”, algumas das que o público mais pediu, estiveram presentes. A porção latinidade da performance ficou com a interpretação de duas músicas tiradas do disco em espanhol que gravaram em 2008, Nada Es Normal, entre elas a canção que dá nome ao trabalho.
Fonte: RollingStone
Foto: Fernando Hiro/Divulgação
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